Descobri uma coisa interessante dia desses. Fiquei sabendo de um açougue em Brasília que empresta livros. É verdade, chama-se “Açougue Cultural T-Bone” é de propriedade do Sr. Luiz Amorim e fica em Brasília. Legal, você quer comprar carne e acaba se envolvendo com literatura.
Mas como tenho uma mente teimosamente fértil, fiquei imaginando algumas situações. Sabe-se que brasileiro adora carne, mas não gosta tanto assim de livros. Na falta de cultura da freguesia e na ânsia cultural do Sô Luiz, vai acabar acontecendo alguns diálogos meio complicados:
- Moço, o senhor tem Acém?
-Ah? Cem? Ah, “Cem anos de solidão”. Vai?
- Ta bom, mas corta em bifes...
- Acho que a senhora não entendeu. É melhor escolher outra obra, ou carne.
- Tem carne Seca?
- Tenho “Vidas Secas”
- Vivo eu não gosto, não dá pra matar? Ah, deixa pra lá, tem miúdos?
- Tenho dois filhos. Eles gostam de Monteiro Lobato.
- Nunca comi. Não tem patinho?
- Patinho Feio.
-Quero carne bonita. Outro dia uma amiga comprou aqui uma lingüiça e diz que gostou muito, mas não lembro o nome.
- Lingüiça é lingüiça
- Parece que era Lingüiça de Queiróz...
- Eça, a senhora está querendo dizer Éça.
-Isso, Éça. Linquéça de Queiróz! Me vê um quilo.
-Não vejo, e não vendo.
-Credo, que estresse. Deus me livro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Diga abertamente o que você pensa...