Preocupa-me muito ouvir algumas coisas em simpósios e encontros de profissionais que tenho participado. Tenho ouvido expressões do tipo: “se vocês vieram neste encontro à procura de formulas, esqueçam”, “Não pensem que existe receitas prontas”, “Vocês sairão daqui com muito mais indagações que respostas”. Como assim? Alguém participa de uma capacitação para sair de lá com mais dúvidas? Eu até entendo que existem alguns momentos em que certas provocações são feitas nas equipes para levantar dúvidas e daí discussões e depois procura de soluções; mas não se pode parar nas incertezas. Acredito que existem receitas sim – e nós que temos mais experiência temos obrigação de partilhar estas receitas.
Há uma reflexão interessante sobre fórmulas e receitas. As formulas surgem a partir de experiências anteriores, trata-se de um sistema que permite resolver problemas complexos. E as receitas são registros de uma série de passos que já foram testados e deram certo. Quando uma cozinheira inventa um prato, ela demora muito tempo, perde muita matéria prima, recomeça, tem prejuízo e muitas frustrações. Este custo é necessário pelo pioneirismo. Depois ela anota tudo o que deu certo, as porções, as medidas, o tempo, a temperatura do forno e pronto: outra pessoa pode construir o seu prato sem precisar passar por tudo o que ela passou.
Neste sentido a receita é importante: ela não é o prato pronto, é o caminho. O tempero e o toque especial ficam por conta do profissional que souber aproveitar bem a receita.
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